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Quem somos nós?

Também se defende a idéia de que para desenvolver seu trabalho  com excelência, o professor e o pedagogo precisam refletir sobre questões do tipo: “quem somos nós”? ou “como será que vivem os cidadãos  planetários neste início de século”? Alguns dados citados por Gadotti  (2000, p. 156) podem ajudar na reflexão dessas questões. Eles representam o sonho de se construir uma nova civilização:
·         5,77 bilhões de pessoas habitam a Terra;
·         1,15 bilhão de pessoas vivem no hemisfério norte, nos países desenvolvidos.
·         4,62 bilhões vivem no hemisfério sul, nos países pobres  (em desenvolvimento).
·         1,44 bilhão vivem abaixo do nível da pobreza, quer dizer,  25% da população do Planeta.
·         1,3 bilhão de pessoas nos países do sul vivem com menos  de um dólar por dia; 110 milhões na América; 220 milhões na África e 970 milhões na Ásia.
·         1 bilhão de pessoas são analfabetas, dentre elas, 600 milhões são mulheres.
·         1 bilhão de pessoas sobrevivem sem acesso à água potável.
·         800 milhões de pessoas sofrem com a desnutrição crônica.   
·         500 milhões de mulheres de todo o mundo vivem na   miséria.
·         Há um médico para cada 6 mil pessoas no hemisfério sul,  enquanto que no hemisfério norte há um médico para cada 350 pessoas.
·         Entre 1980 e 1993, 82% dos empregos novos na América    Latina foram gerados na economia informal.
·         As posses de 349 multimilionários de todo o mundo são  maiores que a renda de 45% da população mundial.
·         Segundo o Banco Mundial, um entre três latino-americanos é pobre, e 18% da população da América Latina (86 milhões de pessoas) está na miséria, sobrevivendo com uma renda abaixo de um dólar por dia.
·         Continuando assim, o número de pobres da América  Latina crescerá ao ritmo de um milhão por ano. A cada minuto surgem dois pobres.
Os dados lidos anteriormente se encontram na obra Pedagogia da Terra, de Moacir Gadotti. O livro é do ano de 2000, o que significa que os números estão ainda piores atualmente. Aquele que se propõe a trabalhar com Ecopedagogia precisa ter claro que esses são os desafios que os cidadãos da Terra deverão enfrentar para a criação de uma verdadeira cidadania planetária. Educar para tal cidadania passa pelo reconhecimento do Planeta enquanto uma comunidade global e uma sociedade planetária (GADOTTI, 2000).
Neste momento é possível perguntar: como trabalhar pedagogicamente as exigências de uma sociedade planetária? Gadotti (2000) sugere que se comece pela vida cotidiana, a partir dos interesses e necessidades das pessoas. Já Gutiérrez (apud GADOTTI, 2000, p. 160) entende que para se educar para uma cidadania planetária é necessário desenvolver nos alunos novas capacidades como: sentir, intuir, vibrar emocionalmente (a capacidade de se emocionar); imaginar, inventar, criar e recriar;  relacionar e interconectar-se, auto-organizar-se; informar-se, comunicar-se, expressar-se; localizar, processar e saber utilizar as informações da “aldeia global”; buscar causas e prever consequências; criticar, avaliar, sistematizar e tomar decisões; pensar em totalidade.

De acordo com Gadotti * “O desenvolvimento sustentável tem um componente educativo formidável: a preservação do meio ambiente depende de uma consciência ecológica e a formação da consciência depende da educação. É aqui que entra em cena a ecopedagogia. Ela é uma pedagogia para a promoção da aprendizagem do sentido das coisas a partir da vida cotidiana” * pagina 9; Pedagogia da terra: Ecopedagogia e educação sustentável, (1994)


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Pedagogia da Terra: Ecopedagogia e Educação Sustentável
Moacir Gadotti
Ecopedagogia e cidadania Planetária
Claudemira Vieira Gusmão Lopes